[...] Não se ousa mais parecer tal como se é e, sob tal coerção perpétua, os homens que formam o rebanho chamado sociedade, nas mesmas circunstâncias, farão todos as mesmas coisas desde que motivos mais poderosos não os desviem. Nunca se saberá, pois, com quem se trata: será preciso, portanto, para conhecer o amigo, esperar pelas grandes ocasiões, isto é, esperar que não haja mais tempo para tanto, porquanto para essas ocasiões é que teria sido essencial conhecê-lo.
sexta-feira, 20 de junho de 2008
Roussseau: Discurso sobre as ciências e as artes
[...] Não se ousa mais parecer tal como se é e, sob tal coerção perpétua, os homens que formam o rebanho chamado sociedade, nas mesmas circunstâncias, farão todos as mesmas coisas desde que motivos mais poderosos não os desviem. Nunca se saberá, pois, com quem se trata: será preciso, portanto, para conhecer o amigo, esperar pelas grandes ocasiões, isto é, esperar que não haja mais tempo para tanto, porquanto para essas ocasiões é que teria sido essencial conhecê-lo.
quarta-feira, 11 de junho de 2008
Nómos da terra - Agambem
É esta estrutura de bando que devemos aprender a reconhecer nas relações políticas e nos espaços públicos em que ainda vivemos. Mais íntimo que toda interioridade e mais externo que toda estraneidade é, na cidade, o banimento da vida sacra. Ele é o nómos soberano que condiciona todas as normas, a espacialização originária que torna possível e governa toda localização e toda territorialização. E se, na modernidade, a vida se coloca sempre mais claramente no centro da política estatal (que se tornou, nos termos de Foucault, biopolítica), se, no nosso tempo, em um sentido particular realíssimo, todos os cidadãos apresentam-se virtualmente como homines sacri, isto somente é possível porque a relação de bando constituía desde a origem a estrutura própria do poder soberano.
quarta-feira, 4 de junho de 2008
A ambivalência dos conceitos em Heidegger
HEIDEGGER, Martin. Introducción a la fenomenologia de la religión, trad. Jorge Uscatescu, Ciudad de México: Fondo de Cultura Economica, 2006, p. 4, tradução Marcus Vinícius Xavier de Oliveira
segunda-feira, 2 de junho de 2008
Enquanto Sade Diz...
Enquanto Sade diz
... Love is stronger than pride...
Você se despe de todo o pudor que
Lhe recobre a tez ainda rubra...
O que se vê não deveria ser visto por ninguém:
A perfeição deve ser reservada somente para os deuses
(Que provavelmente não saberiam o que fazer!)
A pela alva a combinar com os bicos rosados
Dos seios que se insinuam abruptos mal-educados desrespeitosos
Frente a tanta comoção que provocam
(Eles sabem ser os mais belos que existem)
Mas a perfeição mesma se encontra em seu ventre
Que de tão belo e desejável mais se aparenta
À taça da ira que derramará sobre os mortais
Todas as maldições previstas nos livros da revelação...
(A consumação dos tempos é agora e não o antes e o depois)
... Nothing can come between us... Sade insinua,
E você finge
Não perceber que toda a natureza -
Secas tsunamis ciclones furacões -
Se silencia no momento em que o
Aroma de seu hálito
Se faz percebível...
... Like a tatoo...
As marcas são mais profundas que os
Poros músculos veias juntas ossos e alma
Possam geograficamente demarcar
(Os deuses não se preocupam com os homens – só os homens com eles).